16 setembro 2013

SOB ENCOMENDA

A infinita estupidez dos neogolpistas


Miguel do Rosário, no blogue O Cafezinho



Quão certo estava Einsten quando afirmou que apenas duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Quer dizer, se ainda não existem provas sobre o tamanho do universo, a estupidez do homem cria diariamente provas de sua infinitude.
Hoje no Globo, por exemplo, esbarro com um artigo escrito a quatro mãos, por dois professores da FGV. É um texto visivelmente encomendado. Alguém do Globo ligou para FGV e pediu: quero um artigo contra os infringentes. E o artigo veio. Mas é grotesco de tão idiota.
Sei que o termo golpista está desgastado. Mas de que chamar um texto que encerra com o seguinte raciocínio?
O debate técnico sobre o cabimento dos embargos infringentes tem sido complexo. Cabíveis ou não, porém, independentemente do que diz a lei e o regimento, o fato é que no contexto específico da Ação Penal 470 eles parecem não fazer sentido.
Permitam-me uma rápida vulgaridade, e usar caixa alta e múltiplos pontos de interrogação.
Independente do que diz A LEI e o REGIMENTO???? CONTEXTO ESPECÍFICO???
Os articulistas são tão burros que sequer pararam para pensar que eles defenderam, descaradamente, uma ilegalidade, a saber, um julgamento de exceção, o que é expressamente proibido na Constituição, além de filosoficamente configurar um crime hediondo contra a democracia e o Estado de Direito.
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O golpismo do Globo e seus puxa-sacos vai mais longe, e num artigo em que analisa o impacto do julgamento nas eleições de 2014, Francisco Gil Neto, secretário da ONG Contas Abertas, ameaça o STF com “manifestações populares”.
Acontece que o próprio artigo, em sua maior parte, admite que o julgamento, se for estendido até 2014, não deve interferir no resultado das eleições. Um outro entrevistado pelo jornal, Fabio Wanderley Reis, da UFMG, traz um argumento muito mais sólido:
“Para o grosso do eleitorado, isso é irrelevante. Os eleitores se preocupam com a política social, a economia e as condições de vida. Esses fatores são muito mais decisivos.”
Isso acontece não porque o povo não se preocupa com a questão “ética”, mas porque ele não é tão bobo e manipulável como a mídia gostaria que ele fosse.
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