24 março 2012

ECONOMIA

Baixo desemprego e alta do rendimento são
recordes em fevereiro no País, aponta IBGE


Da Redação do sítio Carta Maior



São Paulo - A taxa de desemprego registrou 5,7% no país em fevereiro, o menor valor para esse mês desde o início da série, em 2002. Houve um pequeno aumento em relação a janeiro (5,5%), mas uma queda considerável ao apurado em fevereiro de 2011 (6,4%).

 Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

 A população desocupada (1,4 milhão de pessoas) foi considerada estável no confronto com janeiro. Quando comparada com fevereiro do ano passado, recuou 8,6% (menos 130 mil pessoas).

 O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,2 milhões) não registrou variação na comparação com janeiro. Na comparação anual, houve uma elevação de 5,4%, o que representou um adicional de 578 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano.

 A evolução da renda também é positiva. O rendimento médio real dos ocupados atingiu R$ 1.699,70, o valor mais alto desde o início da série. Ele aumentou 1,2% em comparação com janeiro e 4,4% sobre fevereiro do ano passado.

 A massa de rendimento real dos ocupados (R$ 38,7 bilhões) aumentou 1,6% em relação a janeiro. Em comparação com fevereiro de 2011, a massa cresceu 5,8%. A massa de rendimento real efetivo dos ocupados (R$ 47,1 bilhões), estimada em janeiro de 2012, caiu 0,7% no mês e subiu 29,6% no período de um ano.

 A Pesquisa Mensal de Emprego é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/.




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O desafio de retomar os investimentos


Por Luís Nassif 



A presidenta Dilma Rousseff reune 15 dos maiores empresários brasileiros para estimulá-los a investir mais no Brasil. Constatou-se que os grandes grupos estão com o caixa cheio e com alguma indecisão ainda em retomar investimentos graúdos. A intenção da presidente é estimular o chamado “espírito animal” do empresário.

Para deflagrar uma nova onda de investimento privado, no entanto, é importante entender melhor a dinâmica do desenvolvimento. Foto: Marcello Casal/ ABr
Para deflagrar uma nova onda de investimento privado, no entanto, é importante entender melhor a dinâmica do desenvolvimento.
O primeiro e mais relevante passo é a criação de um mercado interno robusto. Já se tem, tanto no mercado de consumo de massa quanto no que se convencionou chamar de “gargalos” – que nada mais são do que pontos de demanda não atendida.
Além disso, o pré-sal criará uma demanda adicional incalculável para os setores de máquinas e equipamentos, naval, de mobiliário etc.
Tendo-se a demanda, o passo seguinte é viabilizar a produção. Para tanto, há que se ter duas condições especiais: capital para financiar o investimento e condições de competitividade em relação ao produto importado.
A primeira condição será alcançada com a mera redução da taxa Selic. A única influência da taxa é nas decisões de investimento. Baixando a Selic, os fundos de pensão, fundos de investimento, as próprias grandes companhias, terão que sair do conforto da renda fixa para a renda variável.
Hoje em dia já se tem um mercado de capitais bastante sofisticado para promover essa reciclagem da poupança.
Resta o último grande desafio: a competitividade do parque industrial brasileiro.
Há duas maneiras de tornar o produto brasileiro competitivo: qualidade (mais inovação tecnológica) e preço.
Há uma lógica nos modelos cambiais: quando a economia é pouco competitiva, compensa-se com câmbio fraco, moeda desvalorizada. Isso faz com que se consiga competir nos mercados globais com preços baratos. Depois, à medida que as empresas vão ampliando as vendas, ganham fôlego para investir em pesquisa, inovação, novos produtos.
Todo grande modelo de desenvolvimento mundial – Inglaterra, Japão, Itália e Alemanha no pós-guerra, Coreia, China – percorreu esse caminho. A lógica é simples: só depois de ampliar as vendas externas, ganhar dimensão, ter escala, mercado, a empresa conseguirá fôlego para investir em pesquisa e inovação.
Há outros fatores relevantes na definição de preço: o chamado custo Brasil. Entram nessa equação a estrutura de juros, o peso dos impostos, a infraestrutura, a burocracia pública. Quanto menos se avançar nesses itens, maior será o peso do câmbio.
Na entrevista que me concedeu, algumas semanas atrás, a presidente Dilma Rousseff enfatizou que seu grande desafio será a consolidação do parque industrial brasileiro.
Por enquanto, a Fazenda tem avançado apenas em questões pontuais de defesa comercial ou desoneração tributária de um ou outro setor.
Trata-se de um anacronismo – em termos de política industrial. E, nesse ponto, os mercadistas têm razão: em vez da proteção de um ou outro setor, como que querendo tapar os furos de uma peneira, há que se avançar em soluções sistêmicas, que abranjam toda a economia brasileira.

Fonte: www.cartacapital.com.br 












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