06 março 2013

VENEZUELA (I)


Hugo Chávez morre aos 58 anos



Revista CartaCapital






Homem observa um calendário com a imagem de Chávez em uma loja de Caracas, na quinta-feira 3. O país vive um clima de tensão por conta da doença do presidente. Foto: Raul Arboleda / AFP
Homem observa um calendário com a imagem de Chávez em uma loja de Caracas, na quinta-feira 3. O país vive um clima de tensão por conta da doença do presidente. Foto: Raul Arboleda / AFP

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de 58 anos, morreu nesta terça-feira 5, em Caracas, às 16h25. O anúncio foi feito pelo vice-presidente Nicolas Maduro em um discurso televisivo. “É um momento de dor profunda”, disse.
Segundo a Constitução venezuelana, quem deve assumir provisoriamente o comando do país é Diosdado Cabello, presidente do Congresso. Ele fica no cargo até que sejam convocadas novas eleições.
Derrotado nas eleições presidenciais de 2012, o líder da oposição, Henrique Capriles, comentou a morte do adversário político. “Em momentos difíceis, devemos demostrar nosso profundo amor e respeito pela Venezuela!União da família venezuelana!”, disse em sua conta no Twitter.  “Minha solidariedade a toda a família e seguidores do presidente Hugo Chávez, advogamos pela unidade dos venezuelanos neste momento.”
Em um pronunciamento em rede nacional, o Almirante Diego Molero, ministro da Defesa, também pediu união. Ele afirmou ainda que as Forças Armadas garantirão a segurança dos cidadãos e também que a Constituição seja seguida. “O senhor vice-presidente, Nicolas Maduro, Diosdado Cabello e todos os poderes instituídos contém com as Forças Armadas que são do pavo para o povo.”
Imagens da agência de notícias Reuters mostram civis nas ruas da capital Caracas gritando lemas como “Chávez vive, a luta segue” e o “povo unido, jamais será vencido”.
O bolivariano não era visto em público desde 11 de dezembro, quando realizou a quarta cirurgia contra um câncer em Cuba.
Ele estava no poder havia 14 anos, tendo sido reeleito no final do ano passado.
Na tarde de terça-feira 5, Maduro acusou os “inimigos históricos” da Venezuela de estarem por trás do câncer sofrido por Chávez. Ele se mostrou confiante em que poderá comprovar esta afirmação.
“Nós não temos nenhuma dúvida, chegará o momento indicado da História em que se poderá formar uma comissão científica que revelará que o comandante Chávez foi atacado com esta doença (…) os inimigos históricos desta pátria buscaram o ponto para prejudicar a saúde de nosso comandante”, afirmou Maduro em um discurso na televisão nacional.

Na segunda-feira 4, foi anunciado que Chávez tinha seu quadro respiratório “agravado” por uma “nova e severa infecção”. “No dia de hoje houve um agravamento da função respiratória relacionado com o estado de imunodepressão próprio de sua situação clínica”, disse o ministro de Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, em um comunicado lido no Hospital Militar de Caracas, onde Chávez estava internado.
Chávez estava sendo submetido à “quimioterapia de forte impacto, entre outros tratamentos complementares”, destacou Villegas, confirmando o que disse o vice-presidente Nicolás Maduro na sexta-feira. “A evolução de seu quadro clínico continua sendo muito delicada.”
“O governo bolivariano continua ao lado dos filhos e demais familiares do comandante presidente nesta batalha plena de amor e espiritualidade, e convoca todo o povo a se manter de pé nesta luta, incólume a esta guerra psicológica deflagrada por laboratórios estrangeiros com os alto-falantes da direita corrupta venezuelana, que buscam gerar cenários de violência como pretexto para uma intervenção estrangeira na Pátria de Bolívar”.
Nas últimas dez semanas, os venezuelanos viram Chávez apenas em quatro fotos – junto com suas filhas mais velhas – tiradas no hospital de Havana. No sábado, o vice-presidente Nicolás Maduro revelou que Chávez orienta a equipe de governo e toma decisões econômicas e sociais a partir de um gabinete montado no Hospital Militar de Caracas.
Chávez, 58 anos e no poder desde 1999, foi diagnosticado com câncer em meados de 2011, e desde então sofreu quatro operações em Cuba, com posteriores ciclos de quimioterapia e radioterapia.


Com informações AFP


Nenhum comentário:

Postar um comentário