por dentro e por fora"
Esquerda.Net
Lisboa - O economista e dirigente do Bloco de Esquerda,
Francisco Louçã, defendeu, sexta feira, que “a única salvação da economia contra
a bancarrota é reduzir na única despesa cuja redução não provoca crise e não
cria desemprego nem reduz os salários e as pensões das pessoas” e “essa despesa
que tem que ser reduzida é a dívida”, porque ela é “excessiva e
abusiva”.
"O governo quer cortar na despesa, e chama despesa aos nossos salários e às pensões dos nossos pais”, mas “não quer cortar nos 9 bilhões de euros que são pagos em serviço da dívida este ano. E é isso que arruína a sociedade portuguesa”, adiantou Louçã, sublinhando que “é pago tanto nessa dívida como se gasta em todo o Serviço Nacional de Saúde”.
“Portugal pagou nos últimos 10 anos 600 bilhões de euros em transferências para o estrangeiro. Este ano, Portugal já transferiu para o estrangeiro 30 bilhões de euros em dividendos e em investimentos de carteira”, que representam “dinheiro produzido em Portugal que foi transferido para os beneficiários das operações financeiras ou para os titulares de ações em empresas portuguesas que não vão pagar imposto sobre esse dinheiro”, lembrou o dirigente bloquista.
“Nós dizemos já basta!”, enfatizou, sublinhando que “não estamos dispostos a aceitar que se corte nas pensões dos nossos pais para pagar juros a quem não devemos. Não estamos dispostos a cortar no SNS, a arruinar a economia portuguesa para a sacrificar por uma extração financeira que é um expurgo à economia portuguesa”.
Segundo o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, “o sistema financeiro não está colocando dinheiro na economia, porque recusa empréstimos à atividade econômica, que é o que cria emprego, mas está colocando todo o dinheiro para juros especulativos sobre a dívida portuguesa”. “No último ano, a banca portuguesa, incluindo o BPI de Fernando Ulrich, retirou sete bilhões de euros dos empréstimos que fazia à economia para pôr outro tanto em juros de dívida, comprando dívida no mercado secundário com a expectativa de conseguir ter um negócio com juros de 15%. Ou seja, em quatro anos duplica o seu capital”, avançou Francisco Louçã.
"Não aceitamos a vergonha, a humilhação nacional"
Sobre a anunciada reforma do Estado, que, segundo Pedro Passos Coelho, constituirá "uma refundação" do memorando de entendimento com a troika e que visará o corte de quatro bilhões de euros na despesa pública, dos quais 3,5 bilhões serão nas áreas da Educação, Saúde e Segurança Social, Louçã frisou que "não aceitamos a vergonha, a humilhação nacional, que é ver esses senhores de fato cinzento e gravata azul do FMI, do Durão Barroso, do Banco Central Europeu, a imporem estes cortes sobre a Saúde, sobre a Educação e sobre a Segurança Social. Pura e simplesmente, não aceitamos esses cortes".
"Que estes cortes sejam feitos com esses técnicos matreiros que se juntam aos políticos do Governo para tentarem impor um ataque à Segurança Social, à Saúde e à Educação é uma vergonha que Portugal não pode aceitar, é uma humilhação que Portugal não tem o direito de aceitar", acrescentou.
Portugal está sendo assaltado por dentro e por fora
Para Louçã, Portugal “está sendo assaltado por dentro e por fora: assaltado pela troika e assaltado pelo sistema financeiro que acha que não tem nada a dever à economia” e que, portanto, “pode levar aquilo que quiser como se isto fosse um saco de piratas”. “A Ulrich, à troika, à Merkel, e a todos os outros, a única resposta que podemos ter é a democracia. Uma democracia responsável, a capacidade de luta, a capacidade de resposta, esse milhão de pessoas que no dia 15 de setembro disse “Que se lixe a troika”, essa força enorme que podemos juntar”, advogou.
Francisco Louçã considera que é preciso mobilizarmo-nos contra “a ideia de que o salário tem que ser reduzido, tem que ser atacado, que é o centro da política do orçamento”, e de que “a saúde e a educação não servem para as pessoas, servem para o lucro financeiro, são mercados, são negócios, são vantagens de quem tem tudo sobre quem não tem nada”.
“Este orçamento e a política que leva a cabo só nos garante que, no próximo ano, e já não falo daqui a três anos, a economia portuguesa vai estar tão devastada que fica próxima da bancarrota. E a bancarrota é a falência das pessoas”, alertou Louçã.
Nesse sentido, “o combate pela demissão deste governo é a política mais importante que temos de ter, e por isso mesmo convidámos todos os partidos da oposição a apresentarem conjuntamente moções de censura para que todos digam que o governo deve ser demitido”, recordou.
Para Francisco Louçã, aproximam-se momentos chave, entre os quais o Comício Internacional organizado pelo Bloco, em 9 de novembro, que antecede a visita de Angela Merkel ao nosso país, durante o qual vão intervir os principais dirigentes das esquerdas que “lutam contra o autoritarismo que está destruindo a Europa”.
No dia 12 de novembro, a manifestação contra a chanceler alemã representa "uma oportunidade para que o ex ministro das finanças do PS Silva Lopes", que admitiu que a única manifestação em que gostaria de estar presente seria a manifestação contra a Sra Merkel, e para quem nunca teve numa manifestação, "possam vir nesse dia defender Portugal e defender a Europa contra a chantagem financeira que nos está arruinar”.
Dois dias depois, ocorrerá a primeira Greve Geral Ibérica, que “mobilizará muitos sindicatos, muitas pessoas que não pertencem a sindicatos mas que sentem que o seu salário não pode ser desperdiçado para esta agiotagem financeira”.
Este será “o princípio de uma luta que tem que trazer este espírito do 15 de setembro, da multidão dos milhões de pessoas que estão a ser sacrificados por esta crise e que vão à luta para responder pelos outros, por todos, pelo trabalho, pela dignidade, pelo respeito pelas pessoas”, afirmou Francisco Louçã.
"O governo quer cortar na despesa, e chama despesa aos nossos salários e às pensões dos nossos pais”, mas “não quer cortar nos 9 bilhões de euros que são pagos em serviço da dívida este ano. E é isso que arruína a sociedade portuguesa”, adiantou Louçã, sublinhando que “é pago tanto nessa dívida como se gasta em todo o Serviço Nacional de Saúde”.
“Portugal pagou nos últimos 10 anos 600 bilhões de euros em transferências para o estrangeiro. Este ano, Portugal já transferiu para o estrangeiro 30 bilhões de euros em dividendos e em investimentos de carteira”, que representam “dinheiro produzido em Portugal que foi transferido para os beneficiários das operações financeiras ou para os titulares de ações em empresas portuguesas que não vão pagar imposto sobre esse dinheiro”, lembrou o dirigente bloquista.
“Nós dizemos já basta!”, enfatizou, sublinhando que “não estamos dispostos a aceitar que se corte nas pensões dos nossos pais para pagar juros a quem não devemos. Não estamos dispostos a cortar no SNS, a arruinar a economia portuguesa para a sacrificar por uma extração financeira que é um expurgo à economia portuguesa”.
Segundo o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, “o sistema financeiro não está colocando dinheiro na economia, porque recusa empréstimos à atividade econômica, que é o que cria emprego, mas está colocando todo o dinheiro para juros especulativos sobre a dívida portuguesa”. “No último ano, a banca portuguesa, incluindo o BPI de Fernando Ulrich, retirou sete bilhões de euros dos empréstimos que fazia à economia para pôr outro tanto em juros de dívida, comprando dívida no mercado secundário com a expectativa de conseguir ter um negócio com juros de 15%. Ou seja, em quatro anos duplica o seu capital”, avançou Francisco Louçã.
"Não aceitamos a vergonha, a humilhação nacional"
Sobre a anunciada reforma do Estado, que, segundo Pedro Passos Coelho, constituirá "uma refundação" do memorando de entendimento com a troika e que visará o corte de quatro bilhões de euros na despesa pública, dos quais 3,5 bilhões serão nas áreas da Educação, Saúde e Segurança Social, Louçã frisou que "não aceitamos a vergonha, a humilhação nacional, que é ver esses senhores de fato cinzento e gravata azul do FMI, do Durão Barroso, do Banco Central Europeu, a imporem estes cortes sobre a Saúde, sobre a Educação e sobre a Segurança Social. Pura e simplesmente, não aceitamos esses cortes".
"Que estes cortes sejam feitos com esses técnicos matreiros que se juntam aos políticos do Governo para tentarem impor um ataque à Segurança Social, à Saúde e à Educação é uma vergonha que Portugal não pode aceitar, é uma humilhação que Portugal não tem o direito de aceitar", acrescentou.
Portugal está sendo assaltado por dentro e por fora
Para Louçã, Portugal “está sendo assaltado por dentro e por fora: assaltado pela troika e assaltado pelo sistema financeiro que acha que não tem nada a dever à economia” e que, portanto, “pode levar aquilo que quiser como se isto fosse um saco de piratas”. “A Ulrich, à troika, à Merkel, e a todos os outros, a única resposta que podemos ter é a democracia. Uma democracia responsável, a capacidade de luta, a capacidade de resposta, esse milhão de pessoas que no dia 15 de setembro disse “Que se lixe a troika”, essa força enorme que podemos juntar”, advogou.
Francisco Louçã considera que é preciso mobilizarmo-nos contra “a ideia de que o salário tem que ser reduzido, tem que ser atacado, que é o centro da política do orçamento”, e de que “a saúde e a educação não servem para as pessoas, servem para o lucro financeiro, são mercados, são negócios, são vantagens de quem tem tudo sobre quem não tem nada”.
“Este orçamento e a política que leva a cabo só nos garante que, no próximo ano, e já não falo daqui a três anos, a economia portuguesa vai estar tão devastada que fica próxima da bancarrota. E a bancarrota é a falência das pessoas”, alertou Louçã.
Nesse sentido, “o combate pela demissão deste governo é a política mais importante que temos de ter, e por isso mesmo convidámos todos os partidos da oposição a apresentarem conjuntamente moções de censura para que todos digam que o governo deve ser demitido”, recordou.
Para Francisco Louçã, aproximam-se momentos chave, entre os quais o Comício Internacional organizado pelo Bloco, em 9 de novembro, que antecede a visita de Angela Merkel ao nosso país, durante o qual vão intervir os principais dirigentes das esquerdas que “lutam contra o autoritarismo que está destruindo a Europa”.
No dia 12 de novembro, a manifestação contra a chanceler alemã representa "uma oportunidade para que o ex ministro das finanças do PS Silva Lopes", que admitiu que a única manifestação em que gostaria de estar presente seria a manifestação contra a Sra Merkel, e para quem nunca teve numa manifestação, "possam vir nesse dia defender Portugal e defender a Europa contra a chantagem financeira que nos está arruinar”.
Dois dias depois, ocorrerá a primeira Greve Geral Ibérica, que “mobilizará muitos sindicatos, muitas pessoas que não pertencem a sindicatos mas que sentem que o seu salário não pode ser desperdiçado para esta agiotagem financeira”.
Este será “o princípio de uma luta que tem que trazer este espírito do 15 de setembro, da multidão dos milhões de pessoas que estão a ser sacrificados por esta crise e que vão à luta para responder pelos outros, por todos, pelo trabalho, pela dignidade, pelo respeito pelas pessoas”, afirmou Francisco Louçã.
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