14 maio 2011

ECONOMIA

Gasolina: quem fica com quanto em cada litro



Muito esclarecedor este trecho de uma matéria publicada pelo site R7. Finalmente alguém na imprensa se dedica a mostrar quem fica com quanto em cada litro de gasolina.

“A Petrobras afirma que o preço final da gasolina conta com 11% destinado à distribuidora, 22% com custos relacionados ao álcool anidro (utilizado na mistura), 26% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), 13% de Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) – relativa ao petróleo e seus derivados -, PIS/Pasep e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e 28% para a Petrobras, que seria o lucro da empresa.
Ou seja, tomando como exemplo o valor mais alto da gasolina encontrado pelo R7 no Rio, a R$ 3,40, a distribuidora fica com R$ 0,374 por litro, R$ 0,748 são destinados aos custos do álcool anidro (0,25 litro), R$ 0,884 é retido para ICMS, R$ 0,442 vai para o Cide, PIS/Pasep e Cofins e R$ 0,952 para a Petrobras, por 0,75 litro.

O Rio de Janeiro apresenta, frequentemente, a gasolina mais cara do Brasil, entre outros fatores, conforme aponta o presidente do Sindicom, porque o ICMS do Estado é o maior do país.
– A gasolina do Rio é uma das mais caras, porque o ICMS é o mais elevado do país, com 31%. É só ver os vizinhos, Minas Gerais cobra 27% e São Paulo 25%.”

Depois destes números, quem quiser dizer que o problema da gasolina é a Petrobras, que diga sabendo que não é verdade.


Fonte: http://www.tijolaco.com/


                          $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$





OS RESPONSÁVEIS PELA CRISE FAZEM ESPUMA
PARA DESVIAR O FOCO DO PROBLEMA REAL


Os bancos centrais dos países desenvolvidos não podem furtar-se da responsabilidade pela tragédia que desempregou 30 milhões de pessoas que ganhavam a vida honestamente em todo o mundo e, ao mesmo tempo, insistir em ensinar como devem se comportar as economias dos países tratados como emergentes.

Foi a cegueira que se apossou desses organismos que permitiu a crise financeira mundial, que ainda parece longe de esgotar seus efeitos. Eles foram incapazes de ver o que os agentes do sistema financeiro estavam fazendo. Sua miopia os levou a acreditar que o mercado financeiro se auto-organizava e que era moralmente inatacável.

Em vez de se autoflagelar pelo fracasso em evitar a queda do crescimento nas economias “submergentes”, dedicam-se agora a vigiar o crescimento mais robusto das economias emergentes, alertando para os riscos da inflação. O Brasil, por exemplo, sabe que é preciso não se exceder nos incentivos para acelerar o crescimento econômico, embora estejamos crescendo pouco. Só mesmo muita má vontade para acreditar, no entanto, que nosso crescimento hoje (de menos de 5% do PIB anual) é exagerado.

É certo que enfrentamos pressões inflacionárias vindas de fora, produzidas, aliás, pela ação desses bancos centrais que agora se dedicam a fazer espuma para retardar a cobrança pelas falhas terríveis que cometeram todos esses anos. Foram eles que mantiveram as taxas de juro exageradamente baixas, permitiram que os fundos hedge fizessem alavancagens gigantescas, que os bancos se valessem das mesmas práticas e especulassem nos mercados de commodities, pressionando os preços nos países emergentes e produzindo a inflação que todos precisam combater.

Ao produzir a espuma, estão novamente desviando a atenção do verdadeiro problema que é a volta da especulação desenfreada no mercado de commodities, que aumenta a volatilidade e estimula o aumento dos preços, especialmente dos alimentos.  Isso nos deixa outra vez à mercê de uma dessas bolhas que periodicamente ameaçam a economia global. E agora vêm nos dizer que devemos reduzir o crescimento para conter a inflação que eles próprios produziram.

Não há justificativa para o Brasil passar a ser alvo preferencial das recomendações ou críticas de organismos internacionais como o FMI e o Banco Central Europeu, pois estamos na outra ponta do processo especulativo que afeta os preços de alimentos. Somos o país emergente que mais contribuiu na década para o aumento da oferta da produção básica de alimentos nos mercados mundiais, o que, obviamente, é uma ajuda importante para a estabilidade dos preços.

Felizmente, essas recomendações externas têm sido ignoradas, e de outra parte não prevaleceram os ataques internos à condução da política de controle da inflação que o governo vem praticando. Desfez-se a intriga que o Banco Central brasileiro tinha jogado a toalha, esquecido de elevar a taxa de juro desejada pelos falcões do mercado financeiro, para partir para o controle da inflação usando apenas medidas macroprudenciais.

Tratava-se, também, de mais espuma, pois o Banco Central nunca se propôs deixar de utilizar os juros como instrumento de combate, mas sim usar medidas macroprudenciais em condições específicas (como foi feito no caso dos prazos de financiamento de automóveis). A autoridade monetária sempre disse que continuaria a aumentar a Selic de forma cuidadosa para obter os resultados desejados num prazo um pouco mais longo do que era comum: em lugar de limitar a 12 meses o prazo para alcançar a meta inflacionária, o Banco Central está usando praticamente 24 meses.

É justo reconhecer ainda que há um sério esforço de parte do governo na execução da política fiscal, reduzindo o ritmo do crescimento das despesas de custeio e de transferências. Com isso reduz o custo do ajuste para o Tesouro e minimiza a queda de produto necessária para atingir a meta inflacionária.
Essa política é correta, diante do choque externo e das incertezas sobre a demanda interna. O objetivo é chegar ao fim de 2012 com a inflação de volta à sua meta. Não significa que se abandonou a política de combate à inflação, que tem o suporte completo da presidenta Dilma. É uma política mais cuidadosa para atingir aquele objetivo sem reduzir o crescimento da economia de maneira extravagante. E é necessária e adequada porque tem um custo social menor do que se tem com o uso puro e simples da taxa de juros.



Nenhum comentário:

Postar um comentário