31 agosto 2015

AS BUFAS DE GILMAR

Gilmar Mendes bufa, mas não vai atropelar a Justiça

lombroso
Como se previa (prever o obvio não tem graça) o Ministro Gilmar Mendes reagiu aos “coices” à observação do Procurador Geral da Justiça, Rodrigo Janot de que  apontou como inconveniente Justiça e o próprio MP se tornarem “protagonistas exagerados do espetáculo da democracia”.

Dura, mas civilizada crítica, bem diferente do grosseiro diapasão daquele que, segundo o insuspeito Joaquim Barbosa, está acostumado a falar “com os seus capangas lá do Mato Grosso”, onde Mendes  acha que pode dizer coisas deste naipe:

“O procurador deveria se ater a cuidar da Procuradoria Geral da República e procurar não atuar como advogado da presidente Dilma”

Imagine, para avaliar o grau de ofensa, o  que se conteria numa afirmação idêntica, só que partida de Janot:

“O Ministro deveria se ater à  sua função de magistrado e não procurar aturar como advogado de Aécio Neves”.

Gilmar Mendes, que demonstra interesse em escrafunchar as contas de Dilma até achar algo que lhe permita criar o fato político de pedir a cassação de seu mandato e abrir caminho para que a oposição torne este pedido razão bastante para o impedimento da presidenta, vai demonstrar o mesmo rigor, agora que a Ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo de prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves no TSE apontou 15  irregularidades na contabilidade entregue pelo tucano, inclusive o “sumiço” de alguns milhões de reais doados pela Odebrecht?

Ou alguém estaria errado em imaginar que Mendes, na próxima sessão do TSE em que se toque no  assunto, vá deixar de despejar sua ira nos outros ministros, a maioria deles incapazes de reagir exigindo decoro e dignidade no exercício da função?

Seja como for, a grosseria verbal de Gilmar Mendes corresponde, inequivocamente, a uma percepção de que não estão todos avassalados diante de sua fúria e que não será simples como com os “capangas do Mato grosso”  fazer suas vontades.



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