02 novembro 2010

Algumas considerações

Passado o período eleitoral, com a eleição da primeira mulher Presidenta do Brasil, algumas considerações
precisam ser feitas. Vamos por partes.

Na minha experiência de observador de eleições, nunca presenciei tanta sordidez, tanta calúnia, tanta difamação, tanta baixaria como nesta campanha agora finda. Se ficarmos apenas nas campanhas presidenciais com a participação do Presidente Lula, comparando-as com a de 2010, já dá pra se ter uma ideia.
Hipocrisia, preconceito e denuncismo gratuito foram a tônica. Quem acompanhou, via internet, as vilanias
praticadas pelos partidários da coligação demo-tucana, sabe o que estou dizendo.

Desqualificando e mentindo, armas da coligação derrotada, a campanha eleitoral  não propiciou um debate elevado sobre propostas de governo. Os demo-tucanos não têm programa de governo. A chamada "grande imprensa", que  funcionou como partido político e pautou a campanha, generaliza ao afirmar que nenhum candidato apresentou proposta de governo. Está mais do que claro que a Presidenta Dilma tinha uma proposta. A proposta é continuar o governo Lula, aprimorando e aperfeiçoando o que aí está posto e
providenciar novos avanços, com base na estabilidade econômica e política. Só não ver quem não quer.

Mas, para as coisas funcionarem a contento, é necessário que exista uma oposição consciente, crítica,
honesta e com espírito público. Coisa que ainda não vimos, nem no tempo do PSDB no governo, muito
menos no período Petista. Os tucanos reclamaram tanto do PT, lá atrás, e agora agiram de forma
mesquinha, tacanha e desonesta. O que puderam fazer para atrapalhar, retardar e boicotar foi feito por eles.

Uma oposição séria tem que se desvincular dessa elite retrógada, conservadora, udenista e vinculada aos
antigos barões da mídia, que não perceberam que o mundo mudou. O Brasil mudou. Uma oposição séria
tem que contribuir para o crescimento do País tanto econômica como institucionalmente. Há muita coisa
para ser feita, construída, reformada.

Uma oposição séria é necessária para uma efetiva alternância de poder. Ela tem que se apresentar de forma
clara, transparente e confiável. Como dizia Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra". Se não houver
seriedade e honestidade por parte dos opositores do PT, PSB, por exemplo, ficará difícil ganhar uma
eleição presidencial.


Amphilóphilo Boaventura

Um comentário:

  1. Para que a oposição ao novo governo seja melhor aceita, é necessário, também, que abandone o fundamentalismo religioso, descarte o preconceito
    e seja o menos hipócrita possível.

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