Maurício Dias, na Revista CartaCapital
Não há nada ocasional nessa história.A informação vazada e vazia de provas ocorreu em momento calculado, para embaralhar a eleição que parecia arrumada e projetava, como ainda projeta, um confronto de segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva.
Marina surpreendeu-se com a inclusão de Eduardo Campos na panela. Aécio ficou mais à vontade para atacar as duas opositoras.
O alvo era a candidatura da presidenta. Com o peso da autoridade e a imagem preservada pela seriedade, ela tem reafirmado constantemente um comprometimento profundo, política e administrativamente, com a Petrobras. Atingida por denúncias ainda em fase de apuração, as acusações provocariam mais danos à imagem da empresa e ricocheteariam na candidatura de Dilma.
Exceto pelo vaivém da Bolsa de Valores, provocado pelos adversários de sempre, os danos não ganharam a proporção desejada. Houve, ao contrário, bônus para os especuladores mais famintos.
No caso da candidata petista, isso se comprova com o resultado de três últimas pesquisas de institutos diferentes, realizadas praticamente no mesmo espaço de tempo. Ou seja, entre os dias 5 e 9 de setembro, logo após, portanto, de as acusações explodirem na mídia conservadora sempre sequiosa por boatos contra o governo e o PT.
Em resumo, Dilma, à frente, sobe. Marina, em segundo lugar, desce, e Aécio empaca em terceiro lugar.
As acusações provocaram, porém, efeito profundo no discurso dos candidatos. Os temas políticos, econômicos, o plano para governar, tudo foi sufocado pelo programa das acusações recíprocas. Nesses casos, quem está no poder, com o telhado de vidro sempre à disposição dos opositores, sai prejudicado.
As acusações provocaram, porém, efeito profundo no discurso dos candidatos. Os temas políticos, econômicos, o plano para governar, tudo foi sufocado pelo programa das acusações recíprocas. Nesses casos, quem está no poder, com o telhado de vidro sempre à disposição dos opositores, sai prejudicado.
Acusar é mais fácil do que debater.
Assim fez Aécio. E talvez não tenha tomado o melhor caminho para ele próprio. Atacou Marina, sua adversária imediata. Foi mais duro com Dilma como se tivesse gana de desconstruí-la como candidata.
A inconsistência das acusações, caso não surjam provas reais, fará a campanha voltar ao leito normal. É de se esperar. Os problemas brasileiros vão muito além da corrupção gerada nos vícios de uma sociedade permissiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário