05 janeiro 2015

PITIZEIRA

A praga da República do Piti

, no Jornal GGN 
O maior risco do governo Dilma não é o PSDB nem o PT: é o piti.
Dilma não tem ideia de como o estilo piti da comandante se espraia por toda a estrutura de governo, em ordem inversa à da competência do pitizeiro: quanto mais medíocre, maior será o piti, como estratégia para ocultar o desconhecimento.
É só conferir o que foi o governo Collor, a partir dos “pitis” do presidente. Até contínuo do Palácio tornou-se pitizeiro.
Durante quatro anos, os grupos de mídia acusaram Dilma de ser insensível, conivente com a corrupção, assassina de crianças, terrorista e o diabo a quatro. A única crítica que pegou foi a de “pitizeira”. E pegou fundo, porque confirmada por diversas testemunhas.
Provavelmente 80% do desgaste de Dilma decorre desse estilo, do piti ou da desatenção para com interlocutores, sejam políticos ou representantes de movimentos sociais. Não significa apenas falta de respeito, mas realça o personalismo, o voluntarismo que se tornou a marca mais negativa do primeiro governo.
Daí não se entender o “piti” com o Ministro do Planejamento Nelson Barbosa, por ter anunciado mudança nas regras de cálculo do salário mínimo.
De fato, em 2015 encerra-se o prazo do cálculo atualmente em vigor. Há tempos, Barbosa defende um novo cálculo, preservando o poder de compra dos salários, mas sem a velocidade dos primeiros anos. Foi claro na afirmação da preservação do poder de compra.
Declarou isso na cerimônia de nomeação dos Ministros e houve exploração política, óbvio, que acabou conferindo uma gravidade muito maior do que o enunciado.
De que forma procederia uma comandante disposta a mudar sua imagem? Telefonaria para Barbosa, trocariam ideias e juntos pensariam em uma forma de amenizar o impacto da primeira declaração.
Em vez disso, os jornais estampam o “piti”, de que Dilma teria “ordenado” que Barbosa desmentisse a afirmação.
Se ordenou ou pediu, se foi autoritária ou compreensiva, não se sabe, porque os jornais continuarão forçando a barra em todos os episódios, da roupa de Dilma na posse até o suposto “piti” posterior.
De qualquer modo, se Barbosa foi ingênuo na sua declaração, Dilma o superou ao permitir evoluir a ideia do “piti”.
Faria melhor, ao retornar a Brasilia, em reunir todos os auxiliares, de Ministros a assessores, e montar um estatuto da gafieira: “Neste governo, ficam proibidos doravante, pitis, elevação de voz, desatenção com terceiros”.
 
 

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